Capítulo 4

05 de Abril de 2006 

Desculpa a demora em escrever, você não sabe o que aconteceu nesses dias, minha vida se tornou um inferno, nem sei como começar a te contar, eu não sei se nessa vida estou pagando os erros que cometi na vida passada (Talvez esteja) Talvez Deus tenha me amaldiçoado, mais por quê? Eu não sou uma má pessoa, sempre gostei de contribuir, sempre gostei de ajudar as pessoas. Claro que sempre fui uma pessoa má lá no fundo,mais o importante é que eu não expresso esses sentimentos para ninguém.Maldito seja aquele que se atravessa em meus caminhos! Tá vendo? Eu sou uma pessoa má, é serio, nem sei por onde começar, acho que estou falando coisa com coisa vou começar a contar para você que a partir do dia 24 de Março de 2006, Vivian perdeu seu querido pai.

Estava em casa assistindo televisão, estava assistindo a minha série favorita ''Os Loucos que varrem a rua'’, parecia um dia perfeito até o momento que alguém bate na porta.

-Quem é? -Disse meu pai indo atender a porta.

Escutei algum barulho, e meu pai abriu a porta e de repente invade uma homem armado.

-Fica todo mundo quietinho!Sabe que dia é hoje?-Disse o ''bandido'' falando para meu pai.

-Não sei...

-Dia 23 seu vagabundo, tá com a grana ai?

-Não sei do que você está falando

-Moço pelo amor de Deus largue essa arma falei chorando-Acho que você está confundindo meu pai com outra pessoa.

-Cala a boca gatinha, tu num sabe o que teu pai apronta, então num se intromete que é melhor pra tu, tá ligado!Bora cara eu num quero ver sangue hoje passa logo a grana.

-Pai? Do que esse cara está falando.

-Num sabe não gatinha, teu pai é um maior maconheiro daqui da cidade, sai com um terninho de doutor, todo enfeitado e ninguém desconfia nê, agora os ‘‘Homem'' quando vê um cara sem camisa e de boné, pensa logo que é um doidão.

-Pai? Isso é verdade-Ele não respondeu-Fala pai isso é verdade, - Avancei em cima dele-Seu porra, fala para mim isso é verdade?

-É Vivian, desde pequeno sempre me envolvi com drogas, e o que esse Zé ruela tá pedindo é um dinheiro que eu estou devendo para ele e a tribo dele. Aqueles macacos.

-Olha o jeito que fala em coroa.

-Coroa o que cara? Vai se Foder, abaixa essa arma eu estou com seu dinheiro, Vivian, volte a assistir.

-Pai eu não vou sair daqui enquanto esse homem for embora, eu nunca esperei isso do senhor pai...

-Do mesmo jeito que eu nunca esperei que minha filha de 14 anos desse o cu para o primeiro moleque que visse... Vai me negar que eu criei uma vadia?

Fiquei em estado de choque quando escutei aquilo,não poderia me recuar para ninguém.

-Seu filho de uma puta, você nunca poderia ter me dito isso - avancei em cima dele, ele pegou pelos meus cabelos me jogou pela parede e me esbofeteou a cara toda. O ''Bandido'' tirou ele de cima de mim.

-A partir de agora, você não é mais minha filha disse ele chorando-Me solta Caralho!-Disse ele falando com o bandido tome a porra do seu dinheiro o vi tirando 400 reais da carteira.

O bandido sentou no sofá, eu estava no chão chorando silenciosamente e ele estava no outro sofá ao lado da cozinha, vi que o bandido tinha deixado o revolve do seu lado para poder contar o dinheiro, em apenas 3 segundos eu peguei aquela arma.

-Quem é a vadia?-Disse apontando a arma para o meu pai.

-Guria, num meche com isso não.

-Cala a boca seu animal a conversa não é com você, Quem é a vadia?Responde!-Meu pai se levantou do sofá, ficou em frente da arma que esta estava apontando para ele.

-Você, sua vadia.

Eu não queria fazer aquilo eu juro, não queria, só queria mostrar para ele que eu não tinha gostado do que ele tinha falado, por favor, não pense que eu sou uma má pessoa, pois eu não sou eu sei que você não me conhece, mais eu sou uma boa pessoa, não nessas circunstâncias, mais eu sou eu juro.

''Escuto um barulho, ouso um grito, uma mão puxando os meus cabelos, alguém jogando água no meu rosto, uma multidão de pessoas olhando para mim, minha mãe chorando, meu irmão dormindo na cama do lado, a luz do sol batendo no meu rosto. Me acordo com um ar de leveza e satisfação,um sorriso em meu rosto,mais eu sabia que algo estava errado.De repente o sorriso se apaga e uma pedra cai sobre minha consciência e meus olhos corre rio de lágrimas''

Desculpa mais eu molhei todo o papel aqui, se você pudesse ao menos sentir essa dor que eu estou sentindo agora, se você realmente fosse meu amigo ao ponto de dividir isso que eu estou sentindo, eu iria te agradecer pelo resto de minha vida. A dor de cabeça bateu mais uma vez,amanhã eu te conto o resto,não gosto de ficar assim,sei que você tem muitas perguntas para mim fazer.Mais por favor não me abandone,não tire conclusões sobre mim,uma vez te prometi contar tudo,uma vez te disse que você seria meu melhor amigo,se não se importa verdadeiramente com o que eu digo,por favor pelo menos finja que se importa.

Não me abandone!

By: Vadia... 

Quando me acordei, minha mãe estava sentada olhando para mim, um frio forte na barriga eu senti. Sabia que não tinha sido um pesadelo,tudo que acontecera aquele dia,realmente era verdade.

-Como está filha?

-Mãe foi sem querer!

-Querida não se sinta culpada, seu pai é um homem de verdade, claro que ele não deixaria aquele bandido fazer algo com você.

''Ele não deixaria aquele bandido fazer algo com você'' ele não contou que fui eu que atirei nele, meu Deus por que ele fez isso? Eu fui má o tempo todo com ele desde princípio, e ele não me entregou. Será que ele acha que mereceu o que eu fiz com ele,e ele está se ''auto-flagelando'' para ficarmos kits?

-Pois é, mãe, esse rapaz que invadiu a nossa casa tinha uma feição conhecida, era como se e já tivesse visto ele em algum lugar, eu me sinto tão culpada por tudo. Acho que se eu não existisse 

Mãe, isso jamais teria acontecido, meu Deus como sou uma péssima filha (Fingi chorar).

-Ai querida, não fique assim, o que tiver que acontecer será e...

-O que tiver que acontecer será? Você é louca, meu pai... onde está meu pai?

-Está no hospital Vivian.

-E você está aqui? Como assim? Quem está com ele lá?

-A irmã dele querida, não se preocupe seu pai vai ficar bem, eu pelo menos torço que ele fique bem (Inútil e fria) Tenho que resolver um problema na casa da mamãe, qualquer coisa me ligue.

-Você não vai para nenhum lugar (Fiquei em frente da porta do meu quarto, impedido a saída dela).

-Vivian, saia de minha frente, eu preciso resolver uma coisa e você vai ter que ficar aqui, que coisa menina, seu pai já se envolveu em situações piores e está vivo, uma simples coisa que aconteceu não vai mata-lo.

-Simples coisa? Você não tem coração mesmo, como você pode dizer isso com um homem tão bom como o papai? Vá pode ir mais eu desejo do fundo do meu coração que se arrependa por essas palavras que acabou de dizer.

-Querida, minhas palavras são calculadas, só falo o que eu sei, Licença - disse saindo.

Mulher hipócrita, como ela pode ser tão fria?

Depois de conto o resto...

By: Vivian Albuquerque.

-Vivian?-Escutei alguém falar o meu nome quando atendi o celular.

-Oi? Quem é?

-É sua tia querida (Falando com uma voz de choro) a sua mãe está ai?

-Não, por que tia, o que foi que aconteceu?-Disse com um ar de desespero.

-Querida, preciso falar com a sua mãe, porém o celular dela está desligado.

-Pode falar para mim tia, eu posso resolver.

-Querida, esse problema não se pode resolver mais, e seria uma inútil falar isso para uma criança, assim por telefone.

-Fala o que aconteceu tia?-Desesperada.

-Querida eu...

-Fala logo tia!

-Seu pai... Seu pai...Seu pai uma hemorragia e não...E não resistiu querida.

-Onde ele está? O que aconteceu tia me fala.

-Seu pai Morreu Vivian.

Por um estante não senti minhas pernas e nenhum membro do meu corpo, uma fraqueza habitou todo meu corpo, como se este estivesse anestesiada, a fraqueza do meu corpo fez com que eu caísse no chão. Um sono bateu em mim,um ar de leveza temporário comecei a sentir e de repente me vejo em outro mundo.

Nesse mundo eu vi meu pai sentado em um banco  me olhando brincar de castelo de areia na praça que ele sempre me levara quando era criança. Depois sai correndo Com minha saia toda suja de areia, peguei na mão dele e arrastei ele até o balanço.Ele começa me balançar e por um estante me senti a pessoa mais livre do mundo,ele me balançava para conseguir pegar as estrelas que estavam começando a aparecer naquele final de tarde.

Em um determinado momento ele me balança muito alto isso fez com que eu me desequilibrasse e caísse no chão. Comecei a chorar de repente ele se aproxima de mim e fala: Filha,não chore o Papai que foi desastrado.